O MODELO HORIZONTAL DE LIDERANÇA - Colaboração, criatividade e agilidade ao alcance de todos

Vamos falar um pouco sobre o modelo horizontal de liderança e como ele é bem diferente do que a gente está acostumado a ver por aí, aonde você tem aquela estrutura rígida, em que as decisões vêm de cima pra baixo, ou seja, o modelo vertical de liderança que é uma linha de comando bem definida: o chefe manda, o subordinado executa. 

E isso pode até funcionar bem em algumas situações, mas a verdade é que, muitas vezes, esse tipo de hierarquia acaba limitando a inovação e a criatividade dentro das empresas.

Já no modelo horizontal, a coisa muda bastante. As decisões são mais distribuídas, não ficam concentradas nas mãos de poucas pessoas e todo mundo na equipe tem voz e participa, de verdade, nas escolhas que impactam o negócio. Não existe aquela divisão tão forte entre quem manda e quem obedece. Cada pessoa é incentivada a ser mais autônoma, mais proativa e a colaborar com diferentes áreas da empresa. 

E sabe o que isso gera? Um ambiente muito mais criativo, ágil e, acima de tudo, colaborativo.

Agora, pra deixar mais claro, vou dar alguns exemplos de empresas que já adotam esse modelo. 

A Spotify, por exemplo, organiza suas equipes em pequenos grupos chamados "squads". Cada grupo tem autonomia pra tomar decisões rápidas, sem precisar passar por uma cadeia de comando complexa. Isso faz com que a empresa seja muito mais ágil em um mercado tão competitivo como o de tecnologia. 

Outro exemplo é a Google, que, apesar de ser uma gigante, incentiva seus colaboradores a dedicarem parte do tempo em projetos pessoais dentro da empresa. Foi assim que nasceram inovações como o Gmail e o Google Maps.

Aqui no Brasil, a Semco Partners, que foi liderada pelo Ricardo Semler, é um dos exemplos mais marcantes. Ele implementou uma gestão tão horizontal que os próprios funcionários decidiam até os horários em que iam trabalhar. 

Outra empresa brasileira que segue esse caminho é a Natura, uma referência em cosméticos, que também promove autonomia e colaboração entre suas equipes.

Agora, você deve estar se perguntando: "Tá, mas por que todo mundo não adota esse modelo então?" 

A verdade é que o modelo horizontal também tem seus desafios. Ele exige um alto nível de responsabilidade e autogestão, ou seja, maturidade e inteligência emocional por parte dos colaboradores. Não ter uma hierarquia clara pode gerar, sim, confusão, principalmente pra quem está começando. 

Mas, se a empresa consegue alinhar expectativas e definir bem o papél de cada um, esse modelo pode trazer grandes benefícios, principalmente em termos de inovação e agilidade.

INDICAÇÃO DE LIVROS

E se você quiser entender mais sobre esse tema, recomendo alguns livros que explicam bem essa ideia. O primeiro é "Virando a Própria Mesa", do Ricardo Semler, que mostra como ele transformou a Semco com um estilo de gestão bem horizontal. 

Outro livro muito interessante é o "Reinventando as Organizações", do Frederic Laloux, que fala sobre como várias empresas estão abandonando as hierarquias tradicionais e adotando um modelo mais colaborativo.

Um outro livro muito bom e que já li é o "Empresas feitas para vencer", de Jim Collins - Ainda que não trate especificamente de liderança horizontal, este livro oferece insights sobre como as empresas que perduram e se destacam tendem a adotar práticas colaborativas e participativas. 

Jim Collins explora como líderes eficientes podem estimular a autogestão e a responsabilidade distribuída.

Enfim, o que fica claro é que o modelo horizontal de liderança está aí pra nos mostrar que dá, sim, pra construir empresas mais colaborativas, ágeis e inovadoras, que o papel de liderança não precisa estar só nas mãos de uma única pessoa e todo mundo pode contribuir de forma relevante.